História

A nossa história

Banda Filarmónica

A ideia de criar uma banda filarmónica na Assafora nasceu de Manuel António Heleno e Alexandre José Frade, e foi de imediato abraçada pela comunidade. O sonho tornou-se realidade a 1 de dezembro de 1942, com a fundação da Sociedade Filarmónica União Assaforense (SFUA).

As primeiras inscrições foram feitas na casa do Sr. Almeida e os ensaios iniciais decorreram em vários espaços da aldeia, até que, três anos depois, a banda pôde finalmente ensaiar na sua própria sede. O professor Vasco Migueis deu as primeiras aulas de música e tornou-se o primeiro regente.

Na estreia, a banda contava com 26 músicos do sexo masculino, com idades entre os 8 e os 35 anos.

Em 1965, ano em que a eletricidade chegou à Assafora, a banda passou por tempos difíceis, com a partida de muitos jovens para a guerra do ultramar. Ainda assim, a música nunca deixou de tocar.

Vários maestros dirigiram a banda até 1982, incluindo Hilário Ferreira, José Dias Montezinho e José Gaspar. Foi também nessa altura que as primeiras raparigas se juntaram ao grupo. Entre 1982 e 2010, o maestro Abílio Ferreira Ramos esteve à frente da direção musical, cargo atualmente ocupado por Délio Gonçalves.

Em 2013, a SFUA recebeu a Medalha de Mérito Municipal – Grau de Ouro, atribuída pelo Município de Sintra, e em 2017 lançou o CD comemorativo “Bodas de Diamante”, assinalando o seu 75.º aniversário.

Hoje, a banda é formada por cerca de 70 músicos, muitos deles formados na escola de música da SFUA, com idades a partir dos 10 anos.

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Escola de Música

O ensino da música faz parte da SFUA desde a sua fundação, mas foi em julho de 1985 que nasceu oficialmente a Escola de Música, com um professor dedicado. A sua criação surgiu da necessidade de formar novos músicos para a banda, que naquela altura atravessava um período de recessão.

A ideia partiu de António da Luz e contou com o apoio da direção de então. O primeiro professor foi o Sr. Rogério Ferreira, que implementou um modelo inovador: em vez das tradicionais aulas individuais de solfejo, a formação musical era dada em grupo e os alunos começavam logo a interpretar as pautas na flauta de bisel.

Cerca de um ano depois, nasceu a Orquestra de Flautas de Bisel, composta exclusivamente pelos jovens alunos da escola. Este grupo realizou diversas atuações, não só no concelho de Sintra, mas também fora dele, levando o nome da SFUA a outros públicos.

Ao longo dos anos, passaram pela escola vários professores, como o Sr. Claré, Carla Ramos e o maestro Abílio Ramos. Atualmente, a iniciação musical está a cargo de Sandra Duarte, enquanto o ensino dos instrumentos é assegurado por professores especializados.

Graças a este trabalho contínuo, hoje mais de 80% dos músicos da banda são formados na escola de música da SFUA, garantindo a renovação e o futuro desta grande família musical.

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ORQUESTRA LIGEIRA

A Orquestra Ligeira da SFUA nasceu na década de 90, inicialmente com o nome de Orquestra Juvenil, formada pelos elementos mais jovens da banda. Com o tempo, foi reforçada por músicos mais experientes e passou a adotar a designação atual.

Esta formação distingue-se da banda principal por ser um grupo mais reduzido, ao estilo de uma Big Band, e por apresentar um repertório mais leve e variado, que vai da música portuguesa ao jazz norte-americanoAo longo dos anos, contou com vários vocalistas, entre os quais Patrícia Perpétuo e João Neves, sendo atualmente representada pelas vozes de Raquel Dias e Maria Nunes.

A Orquestra Ligeira tem levado animação a inúmeros eventos e festas por todo o concelho de Sintra, sendo um verdadeiro cartão de visita da SFUA.

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TEATRO

O Grupo Cénico da SFUA nasceu no início da década de 50, sob a direção do Sr. Carvalho (enfermeiro), e era composto por um entusiástico grupo de adolescentes. Entre as primeiras peças apresentadas destacam-se “Milagre das Rosas”, “Uns Comem os Figos” e “A Desfolhada”.

O surgimento deste grupo não é alheio ao espírito artístico cultivado na década de 40 pelas professoras Maria Gil e Maria Adelaide, que, através de festas escolares e recitais, incutiram nos alunos o gosto pelas artes performativas.

No final dos anos 50 e ao longo da década de 60, o Grupo Cénico ganhou novo fôlego, agora sob a direção de Manuel Carioca, com a colaboração inicial de Félix Heleno e de antigos membros do grupo juvenil, então já adultos. Esta fase ficou marcada por produções de drama, comédia, revista e atos de variedades, com destaque para as revistas “Aqui é Portugal” e “Pregões da Nossa Terra”, ambas da autoria de Manuel Carioca. Os espetáculos contavam com acompanhamento musical ao vivo e a participação nos Concursos de Teatro Amador do Concelho de Sintra trouxe grande reconhecimento ao grupo.

Na década de 80, o grupo abraçou um novo ciclo criativo, dedicando-se sobretudo ao género revista, novamente com autoria, encenação e direção de Manuel Carioca, arranjos musicais dos maestros Rogério Ferreira (nos primeiros anos) e Abílio Ramos, acompanhamento ao vivo de músicos da banda da SFUA e cenários concebidos por Lina AssunçãoAs produções, de caráter social, cultural, recreativo e artístico, conquistaram o público e só foram possíveis graças ao esforço conjunto de uma grande equipa, desde os atores e atrizes amadores às colaborações de bastidores e ao apoio da Direção da SFUA.

Em 1995, nasceu o Grupo de Teatro Infantil da SFUA, um projeto que deve grande parte do seu encanto a Eduarda Jacinto. Desde o início dos anos 90, Eduarda dedicou-se a escrever, organizar e ensaiar peças teatrais, quase sempre apresentadas na época de Natal, envolvendo crianças e jovens da comunidade.

Os ensaios eram quase inexistentes, pois era difícil reunir todos ao mesmo tempo. No dia da atuação, surgiam os mais variados imprevistos: a música nem sempre arrancava, os mais pequenos choravam em cima do palco, atores esqueciam-se da anedota ou iam brincar no ringue quando já deviam estar em cena…

Nada detinha a Eduarda, cuja imaginação parecia não ter limites! Chegou até a passear uma galinha viva pelo palco, para surpresa e diversão do público. Apesar de todos os contratempos, as salas estavam sempre cheias, pois ninguém queria perder estes espetáculos mágicos e divertidos.

Hoje, a SFUA continua a promover o teatro através da sua Academia de Teatro, atualmente orientada por Filipe Palhais, mantendo viva a paixão pela representação e pelo palco entre as novas gerações.

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grupo desportivo

O Grupo Desportivo União Assaforense nasceu das partidas de futebol entre amigos, jogadas no Largo José Júlio, nos dias de chuva em que não se podia trabalhar.

Nos primeiros tempos, não havia treinador nem chuteiras para todos, e a estratégia era combinada no próprio dia do jogo. O campo era torto e cheio de pedras, mas, mesmo assim, os resultados eram surpreendentemente positivos!

A claque era aguerrida, e as confusões fora de campo levaram a que os habitantes da Assafora fossem apelidados de “coreanos”, numa época em que decorria a guerra da Coreia.

Nos torneios da freguesia, a equipa da Assafora costumava ficar bem classificada, para grande orgulho de toda a comunidade.

Em resultado de uma promessa de vencer o Torneio das Aldeias por quatro anos consecutivos, o grupo desportivo recebeu a doação de um terreno para o seu próprio campo de futebol, oferecido por Joaquim Assunção e Hermínia Crispim.

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Marchas populares

As Marchas Populares são parte essencial da cultura e das tradições da nossa região. Na Assafora, surgiram na década de 50, inicialmente de forma esporádica. Porém, entre o final dos anos 80 e o início do novo milénio, passaram a ter maior regularidade, em versões adultas e infantis, sempre com trajes coloridos e temas que celebravam a identidade saloia.

Os desfiles eram acompanhados por música ao vivo, interpretada por um cavalinho da Banda da SFUA, com algumas composições originais criadas por músicos da casa, como o maestro Abílio Ramos, Joaquim Ascenção e Renato Azenha.

Grande parte das letras eram da autoria de Manuel Carioca, que, em parceria com Eduarda Jacinto, ensaiou muitas das marchas. Arcos, guarda-roupa e acessórios eram fruto da criatividade e dedicação de vários membros da comunidade, que ajudavam a dar vida a cada desfile.

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CARNAVAL

Na Assafora sempre se gostou de “brincar ao Carnaval”. Os largos enchiam-se de gente para assistir às cegadas, sempre criativas e bem-humoradas. Chegaram a coexistir vários grupos que atuavam não só na terra, mas também fora dela, animando o período carnavalesco.

Pelas ruas desfilavam grupos de cabeçudos, divertidos e originais, idealizados e construídos pelas próprias gentes da terra.

Os bailes de Carnaval enchiam a sala da SFUA com boa música, muita gente mascarada e muita diversão. Quem não se lembra da famosa dança da vassoura?

Nos anos 80 e 90, as paródias de Carnaval idealizadas por Eduarda Jacinto tornaram-se memoráveis. A sala ficava sempre cheia e as gargalhadas eram garantidas.

E não podiam faltar os rallypapers carnavalescos, com carros e equipas mascaradas a rigor, espalhando boa disposição e espírito festivo por toda a aldeia.

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OUTRAS ATIVIDADES E MEMÓRIAS

Ao longo das décadas, a SFUA tem sido muito mais do que música, teatro ou desporto. Esta casa tem sido o ponto de encontro da comunidade, um verdadeiro coração da Assafora, onde se viveram momentos inesquecíveis.

Por aqui já se organizaram almoços e jantares comemorativos, festas de Natal para miúdos e graúdos, passagens de ano inesquecíveis, torneios de chinquilho e de cartas, provas desportivas e muitas outras iniciativas que marcaram gerações.

Foram também frequentes os bailes, os saraus culturais, as sessões de cinema e até as tardes de convívio espontâneas, onde se trocavam histórias, se partilhavam risadas e se fortaleciam laços de amizade.

Tudo isto faz parte da identidade da SFUA. Eventos para todos os gostos e para todas as idades, porque esta casa é, e continuará a ser, de todos e para todos.

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